Aluísio Mendes: 'Ofensas não serão rebatidas'
Saulo Maclean/O Estado
27/06/2012 06h47 - Atualizado em 27/06/2012 09h52

Foto: Arquivo/Douglas Jr./O Estado
SÃO LUÍS - O secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, afirmou ontem, em entrevista por telefone a O Estado,
que não vai rebater as ofensas lançadas pelo deputado estadual Raimundo
Cutrim (PSD), durante seu discurso na tribuna da Assembleia Legislativa
do Maranhão. De Brasília, onde participava de uma reunião com o
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, Mendes lamentou a atitude do
parlamentar e disse que esta não é a maneira correta de o político se
defender das denúncias de ser ele o suposto "principal mandante" da
morte do jornalista Décio Sá.
Em sua fala indignada, Raimundo Cutrim chegou a chamar Aluísio Mendes de "moleque travestido de secretário",
sugerindo que o atual secretário de Segurança e a equipe de
investigadores do inquérito tivessem forjado o depoimento do pistoleiro
paraense Jhonatan de Sousa Silva, de 24 anos, ao classificar o executor
confesso do crime como um "papagaio ensaiado" - veja o pronunciamento na íntegra.
Em sua autodefesa acalorada, o deputado estadual também desabafou
contra o titular da pasta, afirmando que o mesmo "não tem condições de
ser nem faxineiro, quanto mais secretário".
"Não é atacando um secretário de Estado que o deputado (Raimundo Cutrim)
vai se defender das denúncias que, agora, recaem sobre si, muito menos
justificar ou não o surgimento do seu nome no depoimento de um assassino
confesso de um crime de repercussão mundial, como é o caso. A
Secretaria de Segurança Pública do Maranhão entende que as providências
acerca do parlamentar precisam ser mantidas em um trabalho de
investigação feito dentro da legalidade, com prudência, e por isso não
vamos, de maneira nenhuma, baixar o nível", disse Mendes.
Sobre
o ofício endereçado sexta-feira (22), por Raimundo Cutrim ao presidente
da comissão investigadora, delegado Jeffrey Furtado - no qual o
deputado estadual se coloca "à inteira disposição dessa comissão para
quaisquer esclarecimentos", acerca da morte de Décio Sá -, o secretário
de Segurança também foi tranquilo em demonstrar que a polícia judiciária
não tem pressa. "Ele (Cutrim) será inquirido no momento em que a
comissão de delegados entender que ele deve ser ouvido", adiantou
Aluísio Mendes, negando já ter encaminhado o pedido à AL.
"O
deputado dispõe da prerrogativa de 'foro privilegiado', e para ser
interrogado em uma investigação é necessário o aval da Assembleia
Legislativa. Porém, mesmo sabendo dessa burocracia, ainda não
encaminhamos nenhum requerimento ao Poder Legislativo. Repito: o
deputado só será ouvido pela polícia judiciária quando esta julgar
necessário. Na hora adequada, ele vai ser inquirido, e poderá se
defender de qualquer acusação, mas isso de maneira formal e legal",
concluiu o secretário de Segurança, minutos antes de embarcar em um voo
de volta a São Luís.fonte imirante.com