Corpos foram localizados a 150 m do local do afogamento e nas proximidades do Espigão.
Bombeiros observam o corpo de Antonielson Pereira; Patrícia Lima (detalhe) foi encontrada próximo ao Espigão Costeiro
Após três dias de buscas, integrantes do Corpo de Bombeiros, com apoio
do helicóptero do Grupo Tático Aéreo (GTA), conseguiram localizar ontem
os corpos, em estado de decomposição, de Antonielson Macedo Pereira e de
Patrícia Lima Barbosa, ambos de 18 anos. O casal, em companhia de
Marcos André Benice Sousa de Sá, de 39 anos, morreu afogado quando
tirava fotos nas proximidades do canal da praia do Calhau, na Avenida
Litorânea, na segunda-feira (8). O filho de Marcos André, de 11 anos,
conseguiu sobreviver depois que foi resgatado do mar por um surfista, de
nome não revelado, ainda no dia da tragédia.
O
trabalho, que durou mais de 60 horas, foi feito por cerca de 50
integrantes do Corpo de Bombeiros e teve o suporte de um bote, três
motos aquáticas, dois quadriciclos, duas viaturas e com o helicóptero do
GTA sobrevoando a orla da Baía de São Marcos. O tenente-coronel
Nepomuceno, do Corpo de Bombeiros, informou que por volta das 11h30 de
ontem os bombeiros que faziam incursões pela margem da praia do Calhau
no quadricíclo, encontraram o corpo de Antonielson Pereira.
O corpo da vítima estava a 150 metros da margem da
praia,
nas proximidades do parquinho da Avenida Litorânea. Foram acionados os
homens, que estavam no bote, para a remoção. O cadáver apresentava
marcas profundas de mordidas de peixes, inclusive com vísceras visíveis,
e também a pele apresentava sinais de decomposição.
No
fim da tarde, os bombeiros localizaram o corpo de Patrícia Lima Barbosa
a 100 metros da margem da Praia da Ponta d'Areia, próximo ao Espigão
Costeiro. O cadáver estava em estado de decomposição. Uma parte dos
membros inferiores tinha sido comida por peixes, provavelmente de porte
grande. Apenas a cabeça e os pés da vítima não tinham marcas de
mordidas.
Os peritos do Instituto de
Criminalística (Icrim) estiveram no local e os dois corpos foram
removidos para o Instituto Médico Legal (IML), no Bacanga, para serem
periciados. Logo após, foram liberados para os familiares. O
sepultamento está previsto para hoje, em um cemitério da área.
De olho nas buscas - Os familiares e os amigos das vítimas acompanharam o trabalho de buscas durante três dias, na
praia.
O irmão de Patrícia Lima, Weslay Barbosa, de 14 anos, falou que não
esperava encontrar o corpo da irmã nesse estado, mas pelo menos na noite
de ontem os seus familiares já
podiam pelo menos
dormir sossegados. "É muito doido saber que uma pessoa querida está
desaparecida no mar e não ter a noção se iria encontrar o corpo",
desabafou.
Já as tias de Patrícia, Aurialda de
Fátima e Maria do Socorro, não quiseram falar sobre o fato, pois, ao
saber que o corpo da sobrinha tinha sido encontrado, começaram a passar
mal e tiveram que ser amparadas pelos amigos e vizinhos, que também
acompanhavam o trabalho de buscas.
A irmã de
Antonielson Pereira, Ana Paula dos Santos, de 23 anos, falou que ainda
ontem ela, em companhia de amigos chegaram a percorrer pela orla
marítima de outras praias da capital, como da Guia, do Olho d'Água e do
Caolho. "Como o Corpo de Bombeiro estava concentrado no Calhau, nós
realizamos buscas nas outras praias, pois o mar poderia ter levado o
corpo dela para essa área", explicou Ana Paula Santos.
O
afogamento - No começo da tarde de segunda-feira (8), Patrícia Almeida,
Antonielson Macedo, Marcos André e o seu filho, de 11 anos, estavam
tirando fotos em umas pedras, nas proximidades do canal da praia do
Calhau. A maré estava enchendo muito rápido e Patrícia Almeida, ao
tentar voltar, acabou caindo na água. O restante do grupo tentou
resgatá-la, mas também se afogou.
Um surfista que
observou toda a ação de desespero das vítimas entrou no mar, salvou
primeiramente a criança, de 11 anos, e ainda resgatou Marcos André
Benice, que saiu do mar desarcordado. Ele, ao tentar salvar o restante
do grupo, não conseguiu mais localizá-lo. Marcos André foi levado ainda
com vida para o Socorrinho do São Francisco, mas não resistiu. Fonte: http://imirante.globo.com