O deputado estadual maranhense, Fernando Furtado, do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), foi eleito pela organização Survival International vencedor do prêmio ‘Racista do ano de 2015’. Em julho deste ano, durante audiência pública em São João do Caru (MA), município localizado a 359 km de São Luís, ele chamou os índios da tribo Awá-Guajá e homossexuais de ‘viadinho’ e ‘baitolas’.
“Índio diz que não sabe plantar arroz. Então morre de fome, desgraça! É a melhor coisa que tem. Porque não sabem nem trabalhar”, destacou a Survival International do trecho da fala do deputado maranhense. Os Awá-Guajá, segundo a organização, são considerados um dos povos mais vulneráveis do planeta.
De acordo com o diretor da Survival International, Stephen Corry, "essas observações repugnantes indicam a extensão do racismo contra os povos indígenas entre algumas das pessoas mais poderosas na sociedade brasileira. É importante que as pessoas dentro e fora do Brasil estejam cientes da prevalência dessas atitudes, porque elas estão por trás dos violentos ataques genocidas que as tribos brasileiras enfrentam hoje. Foi por isso que decidimos nomear Furtado como o Racista do Ano de 2015", justificou.
Em setembro, após a repercussão negativa das declarações, Fernando Furtado foi à tribuna da Assembleia Legislativa do Maranhão para tentar se retratar e pediu desculpas públicas, além de ressaltar que suas declarações não condizem com o pensamento do partido ao qual pertence. “Eu, deputado Fernando Furtado, reitero minhas sinceras desculpas à população de todo o estado. E quero dizer que nunca fui, não sou e nunca vou ser homofóbico”, afirmou.
Na época, o PCdoB também se manifestou, por meio de nota, repudiando a declaração do parlamentar. “Achamos que foi uma declaração infeliz do deputado Fernando Furtado. O partido tem historicamente uma posição de respeito às minorias, em particular aos povos indígenas”, reforçou o deputado Othelino Neto (PCdoB), vice-presidente da Alema.
