10 de fevereiro de 2017

Câmara de Imperatriz realiza audiência para debater fechamento de agências dos bancos do Brasil e Nordeste


Texto e fotos: Carlos Gaby/Assimp

Uma comissão de deputados estaduais, vereadores e representantes de entidades de classe será formada para ir até Brasília tentar impedir o fechamento de agências do Banco do Brasil (BB) e do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) em Imperatriz e da secccional da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). 
Esta foi a principal decisão acordada na audiência pública realizada na manhã desta sexta-feira, 10, no Plenário da Câmara de Vereadores de Imperatriz, que reuniu vereadores, o deputado estadual Marco Aurélio (PCdoB), o superintendente do BB no Maranhão, Raul Wahbe, e de representantes da Associação Comercial e Industrial de Imperatriz (ACII), dos bancários, do Procon/MA, OAB e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Maranhão (Fetaema).
A Câmara de Imperatriz vai votar Moção de Repúdio contra a decisão do BB, BNB e Fazenda Nacional. 

Vereadores são contra as medidas

O vereador Pedro Gomes, vice-presidente da Comissão de Obras e Serviços Públicos, que dirigiu a maior parte da sessão, avaliou que a audiência pública atingiu seu objetivo de mobilizar a sociedade e dos os órgãos envolvidos na questão.
Para ele, "as medidas são um retrocesso". "Não podemos aceitar que os bancos deixem de atender quem mais precisa".
Carlos Hermes, autor da proposição, avaliou que os segmentos sociais representados na audiência são exemplo de que o tema despertou interesse social em razão da perda de duas agências bancárias e a transferência seccional da Fazenda Nacional. "É um prejuízo para a sociedade, para os setores produtivos, que têm reflexos socias e econômicos".
Aurélio Gomes, presidente da Comissão dos Direitos do Consumidor, disse que o impacto das medidas no quadro econômico da região é grande, "e que o papel da audiência é reverter a decisão dos bancos".
Líder da bancada do PDT, o vereador Alberto Souza, decalrou que os bancos não devem pensar somente na lucratividade, mas também no papel social. "Não podemos aceitar que o lucro se sobreponha ao interesse coletivo".
Rildo Amaral (Solidariedade) criticou a decisão dos bancos e também destacou que as instituições financeiras devem assumir suas responsabilidades sociais. "Nunca vi banco perder dimnheiro, procuradoria ter prejuízo. A audiência é um protesto e um repúdido da Câmara contra essas decisões".
Fábio Hernadez (PSC) avaliou como positivo o resultado da audiência e destacou a formação de uma comissão para, junto com as bancada federal do Maranhão, lutar contra o fechamento das agências e da seccional da Fazenda Nacional, que tem jurisdição em 45 municípios da região.
O vereador do PEN, José Arimateia Ditola, conclamou os vereadores a repudiarem veementemente as medias dos bancos e da Fazenda Nacional. "A sociedade não está convencida do fechamento da agência do Banco do Brasil porque o banco só tem lucros e lucros, e não respeitam nem a lei que diz que o cleinte só pode ficar 30 minutos na fila".        

Posicionamentos

O superintendente do BB no Maranhão justificou o fechamento das agências como uma decisão da presidência do banco baseada em estudo sobre as novas modalidades de atendimento, tentando transparecer que a medida não tem alcance de contenção de gastos e demissão de funcionários.
Segundo ele, a agência da Praça da Cultura não será fechada, mas transformada de agência nível 4 para agência nível 1, passando de 7 para 20 funcionários, chamada Agência Digital, com as máquinas de auto atendimento (saques, depósitos e transferências) e atendimento através de dispositivos móveis (celulares, smartphones. mensagens eletrônicas) de 8h às 22h.
Wahbe destacou que o banco continua com quatro agências em Imperatriz e que os correntistas da Praça da Cultura foram transferidos para as agências Estilo, Nova Imperatriz e Praça de Fátima.
O deputado estadual Marco Aurélio, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa, discorda. Para ele, o fechamento das agências do BB e do BNB  e a transferência da seccional da Fazenda Nacional "é um quadro de  retrocesso que colocaram contra nossa cidade". 
"Se isso se concretizar [fechamento de agências] a cidade não aceitará. Haverá uma queda de braços. Não vamos aceitar essa medida das agências bancárias", assegurou.
A advogada do Procon/MA, Regina Nobre,  disse que órgão recorreu na Justiça contra o fechamento das agências do BB no Maranhão e em relação ao BNB, o banco foi notificado para esclarecer sobre os motivos do fechamento da agência. "Vamos continuar defendendo a cleintela que não tem acesso a grandes informações, que é um carente social, e ele merece todo respeito como cidadão e consumidor".
O superintendente regional de Articulação Política do Governo do Estado, Adonilson Lima, afirmou que "todo e qualquer órgão que presta à sociedade precisa entender que em p´rimeirto lugar é a prestação de serviço e não os lucros", e que o governo estadual fará ações políticas em nível nacional para impedir prejuízos ao consumidor.
O diretor do Sindicato dos Bancários do Maranhão, Luiz Maia, disse que o fechamento é motivo de apreensão para a categoria, que considera os bancos públicos como agentes de desenvolvimento. Informou que a Caixa Econômica também deve fechar uma agência na região.
O diretor da Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste, professor Jorge, protestou contra as decisões dos bancos e afirmou que "a medida é uma estratégia da redução dos bancos públicos, excluindo a sociedade de participar do bolo econômico".        

Audiência

Realizada por indicação do vereador Carlos Hermes (PCdoB), a audiência foi dirigida pelas comissões de Obras e Serviços Públicos (presidente Hamilton Miranda, PP) e de Direitos do Consumidor, dos Direitos Humanos e de Gênero (presidente Aurélio Gomes, PT).
A Latam Linhas Aéreas, Infraero e Procuradoria da Fazenda Nacional não enviaram representantes. Os deputados federais João Marcelo (PMDB) e Jsoé Reinaldo Tavares (PSB) justificaram alegaram as ausências alegando compromissos assumidos anteriormente.