24 de novembro de 2017

Operação integrada prende chefe de facção criminosa no Poeirão

Forças de segurança pública realizaram cerco policial no condomínio do Pac do Poeirão, no Bequimão, onde efetuaram prisão e apreenderam drogas

Luan da Silva foi preso durante cerco policial realizado no condomínio Poeirão, no Bequimão, ontem (Foto: Divulgação)

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SÃO LUÍS - Um forte aparato policial, com a participação do Corpo de Bombeiros Militar e do Centro Tático Aéreo (CTA), realizou ontem uma operação em um condomínio inacabado, localizado no bairro do Bequimão, conhecido como Poeirão, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A ação resultou somente na prisão de um dos chefes de uma facção criminosa, oriunda do Rio de Janeiro, e ex-presidiário, identificado como Luan Alexandre da Silva, de 23 anos. Em poder dele, foi apreendida uma pistola 380 e uma quantidade de maconha.

Há informações de que a realização da operação policial teria sido vazada e por isso criminosos que agem na localidade fugiram antes do cerco policial. Segundo informações da polícia, a área habitacional é de responsabilidade da Prefeitura, mas, no momento moram 237 famílias, que possivelmente, podem ter ligação com membros de facção e criminosos, que estão realizando de forma diária roubo, homicídios, venda de droga e tiroteio na cidade.

Facção criminosa

“A localidade foi invadida primeiramente por integrantes de uma facção criminosa do Rio de Janeiro e posteriormente vieram morar pessoas de bem, mas, permitidas pelos faccionados”, declarou o delegado Carlos Alberto Damasceno, coordenador da operação. Ele informou que o cerco policial tinha três objetivos. Um deles era cumprir 237 mandados de busca e apreensão nos apartamentos, em busca de apreender armas de fogo e drogas.

A operação também visava prender foragidos da justiça e criminosos, acusados de cometer tiroteio, homicídio, roubo, latrocínio e comercialização de drogas e identificar moradores suspeitos de terem ligação diretamente com integrantes de facções criminosas. “Vamos tentar separar as pessoas de bem e prender aqueles que devem à justiça. Há possibilidade de haver outras incursões nesse condomínio no decorrer deste ano”, disse o delegado.

O condomínio começou a ser construído em 2005, com recursos do programa federal Promorar e, em 2009, teve investimentos do Habitat Brasil, que é um programa da União, mas, coordenado na capital pela Prefeitura. O delegado informou que, no momento, a Prefeitura pretende terminar a construção desse condomínio por meio do programa Minha Casa, Minha Vida. Inclusive, uma empresa de construção civil já esteve no local, realizando uma vistoria técnica.

A Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação (Semurh) informou, por meio de nota, que as obras do condomínio fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de responsabilidade da Prefeitura, por meio da Semurh. Esclareceu que, atualmente, o projeto está em fase de revisão na Caixa Econômica Federal, que é o ente financeiro do PAC.

Investigação

Carlos Damasceno informou que a operação policial foi fruto de trabalho investigativo feito pela equipe da Superintendência da Polícia Civil da Capital (SPCC) e denúncias anônimas de que o condomínio era comandado por integrantes de uma facção criminosa, com ocorrências de tiroteio, venda de drogas e roubo.

Ontem, mais de 700 profissionais da segurança pública estiveram no local, composto por 25 prédios e, segundo o delegado, com o propósito de cumprirem 237 mandados de busca nos apartamentos. Os policiais revistaram todos os apartamentos e conseguiram apreender balança de precisão, munições de calibres diversos, roupa - possivelmente utilizada em assaltos na Ilha - e efetuaram a prisão de Luan da Silva.

Conforme o delegado, Luan da Silva, durante a abordagem tentou jogar uma pistola 380 pela janela, mas acabou sendo surpreendido pelos policiais, que ainda encontraram uma quantidade de maconha. Ele estava em liberdade provisória e tinha sido preso pelo crime de roubo, por uma guarnição da Polícia Militar, no dia 15 de fevereiro deste ano, na Vila Palmeira, com Ronald Santos Costa. Com eles, a polícia apreendeu uma motocicleta Bros, de placa OXZ 7922; uma escopeta ponto 12, três munições, um rifle 22 e três carregadores de calibre 22.

O delegado Armando Pacheco, superintendente da SPCC, informou que por os policiais civis terem atuado nessa operação ontem, os Plantões da Polícia Civil da Ilha funcionaram por um período de 24 horas para atender a demanda das ocorrências policiais.

Protesto
Os moradores do condomínio Poeirão realizaram um protesto no Bequimão, durante a tarde de ontem, porque a luz dos apartamentos foi cortada. Os manifestantes colocaram pedaços de pau, concreto e galhos de árvore na Avenida 1 e a Alcântara, no Bequimão.

Alguns chegaram a deitar no meio da via, para que os veículos não pudessem trafegar. O movimento somente terminou com a chegada da Polícia Militar e o trânsito voltou ao normal.

SAIBA MAIS

A Polícia Federal também realizou ontem uma operação de reintegração de posse no condomínio Residencial Duque Bacelar, localizado na área Itaqui-Bacanga, em companhia de representantes da Caixa Econômica Federal. Há informações que 50 apartamentos tinham sido invadidos por criminosos.

Fique sabendo

O Programa Promorar foi a primeira iniciativa séria de desfavelamento no país e que o Conselho Nacional de Desenvolvimento Urbano elaborou o primeiro projeto da Lei do Desenvolvimento Urbano. Na capital maranhense, esse programa tinha o objetivo de financiar cerca de 100 mil pessoas carentes. Enquanto, o Habitat Brasil tinha como causa a promoção da moradia como um direito humano fundamental. No Brasil, esse programa desenvolveu projetos em 11 estados e transformou a vida de mais de 70 mil pessoas.Fonte: imigrante.com