Em entrevista coletiva após um evento em Belo Horizonte, Pacheco afirmou que as ameaças contra os parlamentares foram investigadas, e os autores serão punidos. O senador não informou quem são os agressores nem se eles fazem parte de alguma categoria contemplada pelo projeto, pois o inquérito é sigiloso.
— Nós não podemos permitir é que aqueles descontentes com o andamento do projeto, de um lado ou de outro, se permitam constranger, intimidar ou ameaçar quem quer que seja, em especial o parlamentar que deve decidir os rumos desse projeto. Portanto, essas ameaças são intoleráveis. As ameaças que foram feitas a senadores da República já estão devidamente apuradas, inclusive os seus autores, que serão naturalmente penalizados na forma da lei — afirmou o presidente do Senado.
Como mostramos na semana passada, Eliziane Gama e Tebet foram chamadas de “cadelas” em um e-mail enviado por uma pessoa identificada como Júnior de Jesus ao gabinete de Eduardo Girão. Girão também recebeu ameaças.
“Vocês, as cadelas da Tebet e da Eliziana (sic) do gay e mais alguns filhos da p* só provam que vocês são na realidade… ladrões golpistas”, dizia o e-mail ao qual O Antagonista teve acesso.
Por causa das ameaças, o relator do PL, senador Marcos do Val (Podemos-ES), decidiu adiar a análise do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A sessão para isso estava marcada para acontecer nesta quarta-feira.
Perguntando sobre seu posicionamento a respeito do projeto, que pode dificultar o rastreio de munição e armas, Pacheco afirmou que vai buscar mediar o debate e, caso a proposta seja aprovada, levará ao plenário do Senado e deixará a “maioria decidir”.
— Embora haja argumentos dos dois lados, eu como presidente vou buscar mediar esses argumentos. E sendo um projeto que confira segurança jurídica, algo que já existe, e a um segmento que precisa ter essa segurança jurídica, nós vamos naturalmente ter toda atenção pra poder dar o andamento devido, inclusive a assumir esse compromisso de uma vez submetida à CCJ e aprovada, nós vamos levar para o plenário, pra deixar a maioria decidir. Que vença a maioria na discussão democrática — afirmou.