28 de abril de 2012

Motoboys de quadra são alternativa de segurança para imperatrizenses



                                             Os motoboys fazem ronda das 23h às 5h da manhã. Foto: Nilzeth Alves


Os motoboys fazem ronda das 23h às 5h da manhã. Foto: Nilzeth AlvesDe segunda a sábado, os imperatrizenses contam com o serviço prestado pelos motoboys de quadra. Equipados com sirene e celular, os motoqueiros fazem um trabalho preventivo nas ruas da cidade.
Jesnem Morais de Sousa é o fundador da atividade em Imperatriz e atual presidente da categoria. Aprendeu a trabalhar como motoboy de quadra em São Paulo e em Brasília. Em 2003, iniciou o serviço em Imperatriz. “No início foi complicado porque os vigias que tinham eram taxados de ladrões, a gente ia cadastrar e as pessoas não queriam. A credibilidade que a gente tem hoje foi uma conquista suada, mudar o pensamento da população não foi fácil”, relembra.
Os motoboys foram inicialmente identificados como motoqueiros vigilantes. A necessidade de regularizar a categoria fez com que o nome mudasse para Associação dos Motoboys de Quadra de Imperatriz (Asmoimp), ou simplesmente, motoboys de quadra, como preferem ser chamados.
O presidente esclarece que a Asmoimp é a única associação do segmento na cidade e explica que o serviço tem sido oferecido por outras pessoas em Imperatriz e em cidades vizinhas, porém não existe nenhum vínculo com a associação. “Todos usaram o nome da gente pra abrir o serviço. Às vezes, eles têm credibilidade não pelo serviço que fazem, mas porque as pessoas acham que é a gente que comanda”.
Atualmente, existem 15 motoboys cadastrados. Jesnem acredita que o número é bem maior, pois há casos de motoqueiros que estão em atividade, mas que ainda não se regularizaram.
Além do cadastro, os vigilantes têm de apresentar uma certidão de antecedentes criminais, documento que informa a existência ou não de registros criminais do requerente. De acordo com Jesnem, outro critério utilizado para a admissão dos interessados é uma pesquisa sobre sua procedência. “A gente também procura se informar com vizinhos e parentes como é o procedimento da pessoa. Não é qualquer um que pode fazer parte da Asmoimp”.O comandante do 3° batalhão da PM de Imperatriz, Edeilson Carvalho, se mostra favorável ao serviço dos motoboys. “Desde que se credenciem e estejam habilitados, acho excelente. Eles complementam o nosso trabalho”. Para ele, é possível firmar parceria com a associação por meio de medidas como “o cadastro deles e do intercâmbio de informações”.
No dia 19 deste mês os vigilantes estiveram reunidos com o major Edeilson para tratar de detalhes da parceria firmada entre a Asmoimp e a PM. Jesnem informa que o comando da PM vai oferecer aos motoboys um curso complementar de abordagem e de defesa pessoal. Ele ainda esclarece quais são os limites impostos aos vigilantes.  Quando ele ver um problema acontecendo é aconselhado a chamar a polícia ou chamar outros colegas para vir até o local. O que a gente faz é pra complementar o serviço da polícia”.
Jesnem revela que no início do trabalho recebeu muitas ameaças de morte quando fazia ronda. Ultimamente, sua atuação está restrita ao apoio em reforços e divulgação do resultado das rondas no site da Asmoimp. Desde a fundação, o caso mais grave envolvendo um motoboy ocorreu há aproximadamente cinco meses no bairro Vila Fiquene. Um vigilante foi atingido por quatro tiros durante uma ronda, mas não teve nenhum órgão atingido.
Área de atuação
Os motoboys de quadra estão presentes nos bairros: Parque Alvorada 01 e 02, Vila Lobão, Vila Fiquene, Vila Nova, Vilinha, Nova Imperatriz, Santa Catarina de Sena, Juçara, Maranhão Novo, Jardim Morada do Sol, Setor Beira Rio, parte do Jardim São Luís, Cafeteira, Bacuri, Vila João Castelo, Parque Anhanguera, Parque do Buriti etc. Os contratantes pagam um taxa mensal de R$ 15,00 ou R$20,00, dependendo da localidade.
A moradora do bairro Bacuri, Alcinéia Ferreira Lales, explica por que contratou o serviço. “Bom seria se a cidade tivesse segurança, mas como não tem acaba sendo uma alternativa pra gente, se torna um paliativo. Estou satisfeita com o trabalho, acho até barato demais”.
Fonte: Imperatriz Noticias