Com os últimos movimentos de Jean Carlo (PDT) em romper com Madeira, o
ninho tucano se sentiu pressionado, por mais que queiram desconversar
sobre tal, em escolher de imediato Pastor Porto (PPS) como
vice-prefeito. Abordamos isso ontem. Viramos a página então.
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| fonte (Foto: Samuel Souza) |
Ainda ontem Porto conversou pessoalmente com a direção
local do PCdoB e disse que a decisão tomada pelo próprio diretório
estadual do seu partido prevaleceu. Não escondeu o desejo de seguir os
planos de Flávio Dino, que lhe ofereceu possibilidades de conduzir o
processo político na região tocantina em 2014, desdobrando até mesmo em
ser seu vice ou lançar-se deputado federal com apoio total dos
comunistas. Se por um lado não faltou por parte do PCdoB sinalizações
política de projeção a Porto, faltou para uma parte do PPS, além de ir
de encontro aos planos nacional de conjecturou com o PSDB paulista. Essa
última parte, foi a que Porto falou na entrevista coletiva na casa de
Madeira.
Faltou habilidade do PCdoB com o PPS. No jogo político, se ganha umas
peças, perde-se outras. Madeira perdeu o PDT, digamos, de forma
institucional. Jogou no próprio movimento de Pastor Porto em fazer o
dever de casa com dona Clay Lago em São Luís. Manteve a cota da família
Lago e a lembrança do nome do ex-governador Jackson, além de arriscar na
hipótese que Carlinhos Amorim não se lança de forma alguma como
candidato.
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Paulo Matos, presidente estadual do PPS, Pastor Porto e Madeira:
um olhar distante para 2014 ao lado de Flávio Dino
(Foto: Samuel Souza) |
Sorte ou não, Madeira conseguiu neutralizar um pouco a
frente de oposição formada pelo reticente PDT com o PCdoB, PT e PSB. Se o
PSS tivesse ido compor com eles e Porto fosse o escolhido, dona Clay
disse a ele que não participaria da campanha em Imperatriz para não
atrapalha-lo, não subindo então no palanque de Madeira. Iria ficar
neutra. Clay Lago assegurou que como não tinha mais o PDT estadual ao
seu lado (ao qual chama de “corja”), caso Porto desistisse da ideia de
ser pré-candidato a prefeito, iria intervir para ele ser vice de
Madeira, pedido que não tinha como negar, apesar de tentar cozinhar por
alguns dias em detrimento de seu enamoro com o governo de Roseana.
Porto confidenciou que a artilharia será pesada para com ele e que as
chances de aproximação com Flávio Dino será minada. Na entrevista
coletiva, demonstra certo desconforto. Sério e medido as palavras, ainda
que cutucando Carlinhos Amorim e Ildon Marques (“Madeira é um prefeito
presente, não acorda tarde e nem se esconde em fazenda e nem no
exterior”, disse ele), só descontraiu quando fora indagado se torcia pro
Vasco. Assim como o time carioca que ganhou a graça de ser “sempre
vice”, Porto mesmo fez questão de dizer que é PhD no assunto: foi vice
de Jomar Fernandes, vice duas vezes de Jackson Lago e agora vice de
Madeira.
Vale ressaltar que, apesar de soar capcioso, Porto disputou como vice de
Jomar e perderam a eleição; Como vice de Jackson, o mandato foi
cassado; Na disputa de governador e vice novamente de Jackson, perderam a
disputa. São cenários e tempos diferentes, mas no futebol, históricos
assim não é nada bom no imaginário dos torcedores.