31 de março de 2014

Defensor público vê legalidade em greve de conselheiros


Defensor público vê legalidade em greve de conselheiros

Para Defensor, Fábio Carvalho, conselheiros tutelares podem fazer greve.
FONTE João Rodrigues/ Imirante Imperatriz


Foto: João Rodrigues/ Imirante Imperatriz
Defensor Público do Estado em Imperatriz, Fábio Carvalho.
IMPERATRIZ – O defensor público do Estado Fábio Carvalho, que atua na área da criança e do adolescente na comarca de Imperatriz, disse nesse fim de semana que não vê ilegalidade na greve dos conselheiros tutelares.
Desde a última segunda-feira (24) os conselheiros lotados nos Conselhos Tutelares das Áreas I e II paralisaram suas atividades para cobrar melhorias salariais e de condições de trabalho.
O defensor público Fábio Carvalho ressaltou que os conselheiros tutelares exercem atividade essencial que não pode pode sofrer descontinuidade, mas o problema pode ser resolvido com a manutenção de uma quantidade de pessoal para garantir o serviço.

“A lei de greve, utilizada enquanto não é editada a lei especifica de greve do servidores públicos, diz no artigo 11 ser necessário que haja um acordo entre o poder público e os servidores ou funcionários, no caso os conselheiros tutelares, que teriam este estatus de estatutários e o quantitativo de conselheiros que deveriam permanecer ativamente enquanto estiverem exercendo o direito de greve”, ressaltou.
Ao falar sobre a importância do trabalho do conselheiro tutelar, o defensor disse que é necessário que o poder público tenha sensibilidade para resolver o problema.
“Essas pressões de natureza política são naturais e normais numa democracia. É preciso que haja sensibilidade do poder público porque o conselheiro recebe R$ 1.300 por 52 horas semanais,correm risco, trabalham à noite e não ganham nenhum tipo de gratificação, hora extra ou qualquer outro valor de natureza indenizatória”, observou.
Carvalho rebateu a posição do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e da prefeitura que alegam ilegalidade da greve dos conselheiros tutelares.
“A priori, nesse primeiro momento eu não vejo ilegalidade. Pelo menos aquela que foi levantada pelo Conselho e pelo Município de Imperatriz de que o serviço é essencial. Serviços essenciais não podem parar, mas isso não quer dizer que não possa haver greve”, disse.
O defensor acrescentou que nos últimos anos algumas categorias que desenvolver atividades essenciais como juízes federais, juízes estaduais e defensores público realizaram greve e não houve discussão de ilegalidade desse movimento.
Substituição
O presidente da Comissão do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Júlio Mourão, informou à TV Mirante, no último sábado, que a greve dos conselheiros tutelares é ilegal e que nesta semana uma reunião que vai definir sobre a substituição dos grevistas.
Caso os conselheiros não encerrem a greve serão substituídos pelos suplentes.