Na malha fina da
Controladoria Geral da União desde 2013, o contrato assinado entre a Embratur e
a empresa CPM Braxis Outsourcing foi parar no Tribunal de Contas da União, em
atendimento a um pedido formulado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB). Antes mesmo do processo eleitoral oficialmente começar, os auditores
federais já pediam a devolução do dinheiro gasto fora dos padrões mínimos de
mercado.
Mas há outro pedido
dos fiscais federais: que seja feita “a apuração de responsabilidades
pela contratação da empresa em 2009 e pelo aditivo contratual”, assinado por
Flávio Dino, em 2012.
O gasto extra,
revelam os auditores, foi autorizado pelo então presidente da Embratur, Flávio
Dino (PCdoB), candidato ao governo do Maranhão. Por esse aditivo, os auditores
da CGU identificaram sobrepreço ou “ação antieconômica” de R$ 1.759,180,75.
Dino alega que
o aditivo (que autorizou a empresa Braxis a ficar mais 12 meses na Embratur)
teria gerado uma economia de 50% sobre o preço praticado no contrato anterior.
Para os auditores, não houve economia, houve sobrepreço, em desrespeito à Lei
8.666/1993, que disciplina as licitações públicas.
Em 2013, os auditores
escreveram: “proceder ao ressarcimentos dos valores financeiros pagos por
serviços contratatos em quantidades superiores às reais necessidades do
Instituto (Embratur) e em valores superiores aos de mercado”.
Esse questionamento
falava da contratação iniciada em 2009, a partir de preços fechados para a
Universidade Federal da Bahia (ata de preços).
O contrato baiano
previa o atendimentos de suporte de internet e rede digital em quatro locais
diferentes como Vitória da Conquista, Barreiras, Salvador e Oliveira dos
Campinhos, totalizando 48.708 chamadas de suporte ao ano, vindas de 5 mil
estações de trabalho.
A estrutura da
Embratur é mínima se comparada aos campi da Universidade Federal da Bahia e,
portanto, não poderia pagar o mesmo preço, ou seja R$ 2.999.999,97 ao ano. Na
Embratur, o volume de chamadas anuais é de 5.311, com 230 estações de
trabalho e 40 impressoras.
A diferença de preços
e de estruturas é tão grande que o custo de ligação telefônica na Embratur
chega a R$ 564. O gráfico abaixo é claro quanto aos preços praticados no
mercado de tecnologia da informação.
Mesmo diante do
questionamento sobre o contrato original de 2009, que já era abusivo, segundo
os fiscais federais, Flávio Dino ainda autorizou mais 12 meses de
serviços, “em condições desvantajosas para a União”, escrevem os
auditores em 2013.
No
dia 12 de julho de 2012, Flávio Dino assinou contrato
aditivo com a CPM Braxis. Segundo os auditores, “tal fato contratirou o
disposto no art.57 da Lei de Licitações (8.666/1993).”
A investigação
iniciada pelo Tribunal de Contas da União , a pedido do Senado, deve trazer a
lista completa de todos os responsáveis pelas despesas.
Dois anos depois do
gasto autorizado, a diretoria da autarquia ainda não devolveu o dinheiro
“pago de maneira imprópria pela Embratur”.
Diante da demora na
devolução do dinheiro e na apresentação dos responsáveis pelas despesas,
os auditores voltaram à carga, em julho de 2014:
“Apesar das
informações apresentadas pelo gestor [Embratur], não foi comprovada a apuração
de responsabilidade pela contratação [da empresa Braxis Outsourcing] e pela
prorrogação contratual [ aditivo assinado por Flávio Dino], realizadas de forma
imprópria.”
O relatório de 2014
repete a recomendação feita em 2013: “apurar responsabilidades pelas despesas
provocadas com o contrato 12/2009 e com os aditivos” decorrentes.fonte: http://www.jhivagosales.com.br/2014/07/e-agora-vai-dizer-que-e-mentira-flavio.html