3 de junho de 2015

Bancada governista impede pedido de ajuda da Força Nacional ao MA


Requerimento rejeitado em plenário, de autoria do deputado Adriano Sarney, solicitava o auxílio de tropas federais para combate à violência

Apesar de o secretário de Segurança Pública Jefferson Portela (PCdoB) ter admitido que o atual contingente policial é insuficiente para conter a escalada da violência no estado, a bancada governista rejeitou ontem, na Assembleia Legislativa, sob a orientação do governador Flávio Dino (PCdoB), o Requerimento nº 264/2015, de autoria do deputado Adriano Sarney (PV) e impediu, com isso, o envio de pedido de ajuda à Força Nacional.
Quem conduziu a manobra governista foram os deputados Rogério Cafeteira (PSC), líder do Governo na Casa, e Eduardo Braide (PMN), líder do maior bloco governista. Ambos utilizaram como argumento a justificativa de que aprovar pedido de ajuda da Força Nacional ao estado, resultaria numa ingerência do Legislativo no governo Flávio Dino.
Cafeteira chegou a ler uma extensa lista de crimes bárbaros ocorridos nos últimos meses em outros estados, com o intuito de mostrar que a violência é crescente em todas as regiões do país, e não apenas no Maranhão. Afirmou também que apesar disso, não há motivo para que se peça, no momento, ajuda às tropas federais.
Na votação, foram 15 os deputados que impediram a vinda das tropas federais ao Maranhão. Outros oito deputados votaram de forma favorável ao requerimento de Adriano.
Lamentou - Ao fim da votação, Adriano lamentou o posicionamento da bancada governista. Antes disso ele havia conclamado seus pares na Casa, a aprovar a vinda da Força Nacional ao estado, uma vez que dificilmente haverá a nomeação de novos policiais militares em 2015.
“A vinda da Força Nacional ao Maranhão teria por objetivo suprimir a crescente onda de insegurança que há no estado, provocada por sucessivas mortes de militares e civis, fugas de presídios, armas extraviadas, baixo efetivo policial e chacinas. Mas porque as tropas federais? Todos nós sabemos que o governador e o secretário de Segurança afirmaram em rede nacional que o nosso efetivo é o menor do Brasil. Não temos tempo para efetivar novos policiais, uma vez que eles ainda vão passar pela academia de formação. E como não haverá um novo policial sequer nas ruas esse ano, seria necessário esse reforço imediato das tropas federais”, disse.
Antes de finalizada a votação, Adriano ainda chegou a apelar para que os parlamentares da base governista revissem a orientação do Palácio dos Leões, de derrubada do requerimento.
“Se vossas excelências votarem contra esse requerimento responsável pelo Maranhão, e morrer uma criança na rua, morrer um policial na rua, morrer um homem de bem, vossas excelências poderão dormir de consciência pesada, justamente por terem agido apenas politicamente, e não em favor da população”, completou.
Rogério Cafeteira contrapôs o posicionamento de Adriano e encaminhou a bancada governista pelo voto contrário à proposta.
“Flávio Dino vive num mundo virtual”, deputado Adriano Sarney (PV).
Edilázio: “Governo prega o quanto pior melhor”
O primeiro secretário da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, deputado Edilázio Júnior (PV), criticou de forma contundente o discurso do líder do governo na Casa, deputado Rogério Cafeteira (PSC), que atuou na articulação pela rejeição do pedido de ajuda à Força Nacional.
Cafeteira havia falado da crise na Segurança Pública em outros estados, para justificar os números alarmantes de criminalidade no Maranhão. Para Edilázio, a postura do representante governista no Legislativo foi equivocada.
“Não acreditei e não entendi muito bem o que o deputado Rogério Cafateira quis falar. Agora o deputado Rogério vai pregar o quanto pior melhor. Quer dizer então que porque no Rio de Janeiro esfaquearam um médico então no Maranhão pode se esfaquear? Porque no Piauí jogaram quatro jovens de cima de um morro no Maranhão poderá se fazer o mesmo? Porque ocorreu um arrastão na Paraíba aqui também poderá se fazer? E nós, porque não fazemos a nossa parte aqui nesta Casa?”, questionou.
Edilázio também questionou a postura do Governo do Estado diante da escalada da violência. “Seria bem mais fácil e legítimo o governador Flávio Dino pedir o apoio da Força Nacional sim, do que ficar com essa balela de que chamou 2.500 policiais. O Maranhão vive hoje um momento de dificuldade, o sistema de segurança está falido, mas Flávio Dino não tem sequer a humildade de reconhecer isso”, completou.
Saiba como votaram os deputados em relação ao auxílio da Força Nacional
Favorável
Adriano Sarney (PV)
Edilázio Júnior (PV)
Nina Melo (PMDB)
Cabo Campos (PP)
Sousa Neto (PTN)
Júnior Verde (PRB)
Zé Inácio (PT)
Wellington do Curso (PPS)
Contrário
Rogério Cafeteira (PSC)
Fábio Macedo (PDT)
Eduardo Braide (PMN)
Levi Pontes (SD)
Marco Aurélio (PCdoB)
Glaubert Cutrim (PRB)
Edivaldo Holanda (PTC)
Sérgio Frota (PSDB)
Hemetério Weba (PV)
Paulo Neto (PSDC)
Rafael Leitoa (PDT)
Vinicius Louro (PR)
Rigo Teles (PV)
Othelino Neto (PCdoB)
Humberto Coutinho (PDT) Fonte: Imirante.com.br