A publicitária Lícia Dutra Tuquarre, mulher do médico Glauto Tuquarre Melo, apareceu nas redes sociais com um relato emocionante sete dias após a morte de seu marido, que faleceu dentro de um avião a caminho da lua de mel nas Maldivas.
Lícia retornou ao Brasil deixando o corpo de Glauto em Doha, no Catar. Na segunda-feira (02), no texto em que publicou, ela fez questão de relatar as qualidades do companheiro e ainda relembrou a última mensagem que recebeu dele: “fui muito feliz ao seu lado”
Corpo do médico ainda se encontra no Catar
O médico oncologista Glauto Tuquarre Melo do Nascimento, de 49 anos, morreu na madrugada do dia 25 de abril, após passar mal dentro de um avião no momento em que viajava com a mulher Lícia Dutra, de 36 anos, para as Ilhas Maldivas, onde o casal passaria a lua de mel.
Durante o voo, o médico sentiu dores no peito e em seguida pediu ajuda a comissários de bordo. Ainda em voo ele foi atendido por dois outros médicos que viajavam no mesmo avião, tentou ser reanimado mas não resistiu.
O corpo de Glauto Tuquarre ainda se encontra em Doha, na capital do Catar e não tem data prevista para ser trazido para Teresina.
Confira o texto da publicação na íntegra:
‘Eu te amo muito. Sou feliz ao seu lado’ foi a última mensagem que você me enviou. Eu via e ouvia o quão feliz você estava nos últimos dias, nos últimos meses, nos últimos anos. Eu acho que o destino quis nos juntar de novo por algum motivo. Era como se nosso reencontro na vida precisasse. E o destino estava certo.
Você voltou, no momento em que eu mais precisava, por conta do falecimento do papai. Me deu a mão, me apoiou, se reintegrou a minha vida e foi ocupando um espaço, que parecia estar guardado há anos, só esperando você chegar outra vez.
Não havia uma só pessoa que não enxergasse o quanto você queria me fazer bem. Era seu propósito e você não mediu nenhum esforço para me colocar no melhor lugar do mundo: ao seu lado. Que bom que você conseguiu. Você sempre gostou de casa cheia. Cheia de familiares, amigos, colegas do trabalho. Para reunir todo mundo, não precisava de motivo, bastava a ocasião, uma garrafa de vinho e uma cerveja gelada. Quantas histórias você contava nos fazendo rir.
De todas as nossas lembranças, acho que a que mais vou guardar era de como você gostava de gente. Nunca deixou que ninguém ficasse triste ou sem esperança diante da pior das notícias. Lidava com o câncer de uma forma tão humana, que parecia ter solução para tudo. As vezes, ao invés de lágrimas após um diagnóstico, conseguir arrancar sorrisos dos pacientes.
O meu peito se enche ainda mais de amor, quando ouço as pessoas que te rodeavam dizendo: ‘ele era um médico humano’ ou ‘ele ouvia a gente com atenção’. Apesar da profunda tristeza que todos vivemos agora, acho que você não gostaria que a gente chorasse, logo você que combatia tristeza com alegria todos os dias.
Hoje nossa casa voltou a ficar cheia. Nossos amigos, familiares, pessoas que te amavam chegavam, chorosos… mas bastava lembrar das inúmeras histórias que você contava para substituir as lágrimas pelos sorrisos, o cafezinho pelo wisk (servido pelo seu pai), a tristeza pela alegria das recordações que você deixou.
Todo mundo que teve o privilégio de te conhecer sabe o tamanho da sua felicidade ao concretizar esse projeto que realizamos juntos. Seu pai, mãe, irmãos, filha, parentes e amigos tem muito orgulho de tudo que puderam compartilhar enquanto você esteve aqui conosco. Além de tudo o que meu deu, esses são quatro presentes que não largo jamais, meus sogros Deolinda, a sogrinha, Seu Didi, Júlia e Glaucyanne. Prometo cuidar e estar sempre com eles, suprindo um pouquinho da falta que você vai fazer.
Você dizia que é preciso ter pressa para viver, que é preciso aproveitar nossos familiares, nossos amigos, por que a vida passa rápido demais. Queria ter respondido aquela mensagem a tempo, só pra dizer que eu fui muito feliz ao seu lado. Obrigado por tudo. Eu também te amo! Fonte: Blog da Suelda Santos