30 de maio de 2014

DEU NO g1.globo: Médicos fecham única UTI neonatal pública do TO por falta de estrutura




Única maternidade pública de Palmas, Dona Regina tem situação crítica.
Pacientes estão sendo encaminhados para hospitais em outros estados.

A única UTI neonatal de Palmas não está recebendo novos pacientes, por falta de estrutura e medicamentos. A medida foi tomada pelos próprios médicos, que reclamam das condições precárias de trabalho.
Não é protesto, é um pedido de socorro dos funcionários da principal maternidade pública do Tocantins, que realiza 450 partos por mês. “Está instalado o caos. Nós estamos colocando em risco a vida dos usuários, dos pacientes do Hospital Dona Regina, infelizmente”, afirma Fábio Moraes, da Comissão Estadual de Residência Médica.
“Há alguns meses isso já vem acontecendo, de falta de materiais de medicações essenciais para dar assistência adequada”, diz José Manoel Bastista dos Santos, diretor técnico da maternidade.
Uma grávida, que prefere não mostrar o rosto, ainda não conseguiu uma data para o parto. “Não tem medicamento para fazer a indução. Foi providenciada uma cesariana. Também não tem remédio para fazer a cesárea. Não tem anestesia”, lamenta.
A situação da maternidade é tão crítica a equipe médica também decidiu fechar a UTI neonatal para novos casos, por falta de condições mínimas de atendimento. Desde 2012, os ministérios público Federal e estadual, e as defensorias do estado e da União alertam o Judiciário para o caso.
“Que o poder Judiciário determine, de imediato, que o estado forneça todos os medicamentos necessários e garanta todos os leitos de UTI para que a população esteja devidamente assistida”, ressalta o defensor público Arthur Luiz Pádua Marques.
A Vigilância Sanitária fiscalizou a maternidade, na semana passada, e concluiu que o ambiente inadequado aumenta a chance de infecção dos pacientes. Até os materiais mais básicos estão em falta. “Como prestar essa assistência se não existe luva cirúrgica ou o medicamento que pode nos proteger do risco de hemorragia após o nascimento do bebê?”, questiona a obstetra Laura Barbosa de Oliveira.
“Nós sabemos o que tem que ser feito. Conhecemos todas as técnicas e todas as formas de dar uma assistência de qualidade. Mas, infelizmente, estamos sendo privados disso”, lamenta a coordenadora do centro cirúrgico Laís Lima de Araújo.
A Secretaria de Saúde do Tocantins reconhece que os leitos de UTI Neonatal estão todos ocupados e que novos pacientes estão sendo encaminhados para hospitais em outros estados.
A secretaria também disse que providenciou a compra dos medicamentos que estavam faltando e que a maternidade vai passar pelas adequações pedidas pela Vigilância Sanitária.
Nota da redação: Na reportagem exibida no dia 28/05, o Bom Dia Brasil informou que a única maternidade pública de Palmas não estava recebendo pacientes. Na verdade, apenas a UTI neonatal não está recebendo novos pacientes. A informação foi corrigida às 12h12 do dia 28/05.FONTE:http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2014/05/medicos-fecham-maternidade-publica-de-palmas-por-falta-de-estrutura.html