Furlan disse que espera que sejam apurados “os desvios de conduta”.
A Operação Carne Fraca tem como objetivo desarticular um esquema de corrupção envolvendo fiscais agropecuários a serviço do Ministério da Agricultura e donos de frigoríficos no Paraná, Minas Gerais e Goiás. - Foto: Reprodução
BRASÍLIA - O conselheiro do grupo BRF Foods, Luiz Fernando Furlan, disse nesta teça-feira (28) que espera que sejam apurados “os desvios de conduta” investigados na Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. O Grupo BRF Foods é dono das marcas Sadia e Perdigão.
Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do governo Lula, Furlan esteve reunido com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em Brasília. Ao deixar o ministério, ele disse que a conversa foi para tratar da retomada do crescimento econômico do país.
Sobre a operação, Furlan disse que não é porta-voz do grupo e não são tem estimativa do impacto das investigações na empresa.
“A parte sanitária eu acho que grande parte foi esclarecida pelo ministro [da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi: não há risco à saúde pública. E a investigação que está sendo feita sobre desvios de conduta, a gente espera que seja efetivamente apurada”, disse Furlan.
Ontem, Maggi afirmou que os laudos técnicos de alimentos produzidos por frigoríficos interditados após investigação da Operação Carne Fraca não indicaram nenhum risco à saúde. Os laudos foram realizados a partir de produtos recolhidos em 22 Estados.
Furlan tem ainda hoje reunião, em Brasília, com o ministro da Agricultura. “Vou agradecer pelo excelente desempenho que ele teve liderando uma reação rápida, conseguindo reabrir mercados internacionais porque, como sabem, a atividade do setor é muito relevante no interior do Brasil e também para a balança comercial brasileira”, disse.
Metas da operação
A Operação Carne Fraca tem como objetivo desarticular um esquema de corrupção envolvendo fiscais agropecuários a serviço do Ministério da Agricultura e donos de frigoríficos no Paraná, Minas Gerais e Goiás.
A Polícia Federal afirma que os fiscais investigados na operação recebiam propina das empresas para emitir certificados sanitários sem fiscalização efetiva da carne e que o esquema permitia que produtos com prazo de validade vencido e com composição adulterada chegassem a ser comercializados. De acordo com a operação, eram usadas substâncias para “maquiar” a carne vencida.
Inicialmente, três frigoríficos tiveram a comercialização de produtos suspensa: a unidade de Mineiros (GO) da BRF, onde é feito o abate de frangos, e as unidades de Jaraguá do Sul (SC) e Curitiba (PR), onde são produzidos embutidos (mortadela e salsicha), da Peccin Agro Industrial. Ontem, o Ministério da Agricultura anunciou a interdição de mais dois frigoríficos que estão entre os 21 investigados: o Souza Ramos, em Colombo, e Transmeat, em Balsa Nova, ambos no Paraná.
Fonte: Imirante Imperatriz .